quarta-feira, 31 de julho de 2013

em nome dos artistas!

A Fundação Bienal de São Paulo comemora os seus 60 anos com uma épica exposição com alguns dos artistas mais importantes da contemporaneidade. A exposição Em Nome dos Artistas – Arte Contemporânea Norte-Americana na Coleção Astrup Fearnley, exibe obras que pertencem ao acervo do Museu norueguês Astrup Fearley, situado em Oslo. Com curadoria do diretor do museu, Gunnar Kvaran, a mostra abarca 219 trabalhos – dos últimos 30 anos – de 51 artistas americanos.

Embora o nome da exposição indique, não estão presentes apenas artistas norte-americanos. Nomes icônicos como Damien Hirst, Jeff Koons, Cindy Sherman e Félix Gonzalez-Torres se misturam com artistas mais jovens – mas nem por isso desconhecidos – como Nate Lowman, Dan Colen, Matt Johnson e Paul Chan.

A exposição divide-se em três capítulos. O primeiro – situado no terceiro andar do Pavilhão – é uma reunião de “exposições individuais” de artistas célebres que conquistaram seu lugar no mundo da arte nos anos 80 e 90. Entre eles, podemos citar…


Cindy Sherman!

Fotógrafa norte-americana, nascida em 1954, é famosa por produzir fotografias dela mesma transformada. Usando adornos como perucas, maquiagem e roupas, ela simula diferentes tipos de pessoas. Sherman possui cerca de 16 fotografias expostas na Bienal.



Jeff Koons!

Artista plástico norte-americano, nascido em 1955, Koons é considerado um dos mais significativos artistas contemporâneos dos Estados Unidos. Dizem alguns que sua arte é um kitsch colorido, mas seu uso de materiais comuns desafiou o conceito de estética e expandiu o fenômeno dos readymades. Koons possui de 11 de suas obras expostas na Bienal.



Félix Gonzalez-Torres!

Cubano, mas radicado nos Estados Unidos, Gonzalez-Torres, falecido em 1996, combina impulsos do conceitualismo, do minimalismo e da arte de engajamento político, para criar obras que foram descritas como “democráticas”. Elas podem tomar a forma de cartazes em lugares públicos, grandes pilhas de bala, pilhas de cartazes que o público é convidado a levar para casa, ou objetos que quase se mesclam com o ambiente, por exemplo, lâmpadas, quebra-cabeças ou relógios. Suas obras evidenciam experiências pessoais fortes ou atitudes políticas, mas sem se perder numa retórica emocional. Com três obras expostas na Bienal, Gonzalez-Torres debate questões sobre os domínios público e privado, direitos autorais, originalidade e o sentido da institucionalização.



O segundo capítulo é uma investigação sobre artistas contemporâneos norte-americanos emergentes. Apresentando uma imensa quantidade de trabalhos, que vão desde pinturas até video-instalações, estes artistas modelam o universo artístico contemporâneo. Dentre eles, podemos citar:


Nate Lowman!

Artista plástico norte-americano, nascido em 1979, Lowman produz obras baseadas numa análise minuciosa de imagens e objetos que, daí, são combinados em novas maneiras. As imagens são coletadas em nosso ambiente: de jornais, notícias televisivas ou da internet. Lowman nasceu e cresceu nos Estados Unidos, por isso suas referências são extraídas de um contexto norte-americano. Nate Lowman tem mais de vinte obras expostas na Bienal.



Rirkrit Tiravanija!

Argentino, mas residente em NY, Tiravanija, nascido em 1961, é um artista que em geral realiza obras de arte não-tradicionais nas quais o público é convidado à participar numa refeição ou numa festa. A obra com o estranho título No Futuro Tudo Será Cromado parece um cubo branco dentro de um cubo branco da sala de exposição do museu. Nas paredes puras e brancas estão penduradas imagens minimalistas de texto. Para participar nele, temos que transgredir as regras convencionais dos museus de arte e tocar as imagens na parede.



Paul Chan!

Paul Chan, nascido em 1973 (na China, mas mora em NY) é um dos mais inovadores videoartistas de nossa era. Ele chamou a atenção do mundo da arte com sua série intitulada The 7 Lights, que foi criada tomando como pano de fundo o 11 de setembro e a guerra do Iraque. Essa série se distingue do conjunto de videoarte por causa do uso que ele faz da luz, da sombra e de ângulos de projeção excepcionais. O artista tem oito obras expostas na Bienal.



O terceiro – e último – capítulo apresenta obras do renomado artista inglês Damien Hirst, cujos laços conceituais ligados a artistas norte-americanos mais velhos e sua influência sobre uma geração mais jovem fazem desta uma mostra complementar fascinante dentro da exposição.


Damien Hirst!

Nacido em 1965, na Inglaterra, Hirst apresenta uma arte diferente, com elucubrações sofisticadas, mas brutais, sobre a morte e a efemeridade da vida, a criatividade artística e a vida na sociedade de consumo. Pode-se dizer que a arte de Hirst expande e refina o readymade, no sentido em que suas matérias-primas são em geral objetos pré-existentes que ele molda sob uma luz nova e inesperada.



Uma ótima oportunidade que nós, brasileiros, temos de mergulhar no mundo da fascinante arte contemporânea!



[Texto originalmente produzido para o site FalaCultura e publicado em 6 de outubro de 2011]